quarta-feira, novembro 19, 2014

16 Dias de Ativismo

No dia 25 de novembro tem início a campanha dos 16 (dezesseis) dias de ativismo pelo fim da violência contra as mulheres mundo afora, quando se comemora o Dia Internacional de Não Violência Contra a Mulher. A data é uma homenagem às irmãs Pátria, Minerva e Maria Teresa, que se posicionaram contrárias ao ditador Trujillo, ficando conhecidas como "Las Mariposas", e sendo assassinadas em 1960, na República Dominicana.
Os 16 dias de ativismo acontecem atualmente em 159 países, com o término no dia 10 de dezembro, quando comemoramos o Dia Internacional dos Direitos Humanos.
Culturalmente no Brasil os 16 dias de ativismo tem início juntamente com o Dia Nacional da Consciência Negra, 20 de novembro, que também é data de extrema importância para nós brasileiros, nascidos da miscigenação.
O conceito de cidadania há muitos anos foi aprimorado, e, para que seja exercido em sua plenitude, ou seja, para que possamos desfrutar do verdadeiro Estado Democrático de Direito, visualizando a dignidade da pessoa humana, há necessidade de acabarmos com a distinção de gênero. A violência contra as mulheres é algo tão grave que nos empobrece, atingindo no Brasil 1,6% a 2% do PIB, ferindo o princípio da isonomia ao deixar evidente que o patriarcado ainda é uma realidade.
Desde pequenos convivemos com situações que diminuem a mulher, quando comparadas aos homens. Basta olharmos a volta para entender como a sociedade foi construída. A mulher que faz da sua profissão a cozinha é conhecida como cozinheira, enquanto o homem é o "chef". O conceito de mulher nos dicionários recebe dezenas de designações de meretriz. De outro turno, o homem recebe somente conotações positivas, tais como: forte, másculo e por aí afora.
As propagandas televisivas não raras vezes tratam as mulheres como objeto, apresentando-as em trajes minúsculos, ou como interesseiras. A criação das crianças é diferente em se cuidando de menina ou menino, porquanto, existem brincadeiras proibidas e permitidas, dependendo do sexo.
A verdade é que o Brasil conta com números alarmantes de violência, fruto da discriminação de gênero. Enquanto os homens morrem nas ruas, até mesmo para provarem que são "machos", as mulheres, em sua esmagadora maioria, morrem vítimas de violência dentro de seus lares.
Os meses de novembro e dezembro carregam datas de suma importância pela não discriminação: 20 de novembro (Consciência Negra), 25 de novembro (Dia Internacional de Combate à Violência Contra as Mulheres), 1º de dezembro (Dia Mundial de Combate à AIDS), 06 de dezembro (Campanha do Laço Branco - Homens Pelo Fim à Violência Contra a Mulher), e 10 de dezembro (Dia internacional dos Direitos Humanos).
O cerne de tudo é a educação. Muitas leis deixariam de ser necessárias se tivéssemos a base forte, desde pequeninos, e assim, não necessitaríamos de datas e épocas para marcar ações afirmativas, tais como essas...
Rosana Leite Antunes de Barros é Defensora Pública Estadual atuando em defesa das mulheres vítimas de violência doméstica e familiar da Capital, presidente do Conselho Estadual dos Direitos da Mulher do Estado de Mato Grosso.


Vamos participar? Nesse sábado, no sinal de trânsito em frente ao Bob's, de Guarapari. Venha de camiseta branca! Essa luta não é somente das mulheres, é de todos que anseiam por mais respeito, dignidade e igualdade.


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