sexta-feira, setembro 29, 2006

As Eleições e a Fábula de Jotão

A Fábula de Jotão
Esta fábula é proferida por Jotão, filho mais novo de Gideão, que conseguiu escapar da morte, pois escondera-se do irmão mais velho, Abimeleque. Era o período dos Juízes, ou seja, período conhecido como Tribal. Depois de vários anos de liberdade o povo constituiu um sistema de governo que era democrático e atendia as necessidades das tribos. Era uma aliança entre as tribos de Israel que viviam na Terra Prometida. Se surgisse algum tipo de necessidade, homens ou mulheres eram vocacionados e chamados de juízes para defender a liberdade e bem estar do povo. Entre eles estava Gideão, que recebeu a proposta de ser rei, mas recusou (8:23-24). Para Gideão, Deus deveria continuar reinando sobre o povo.
Passados alguns anos, Abimeleque, filho mais velho de Gideão com uma concubina, procura os anciãos e faz uma proposta ideológica: ser governado por 70 descendentes de Gideão ou por um só? - Jz 9:2. O povo preferiu ser governado por um só, em vez de analisar a proposta de governo, analisar as motivações de Abimeleque ou procurar outros candidatos para ver quem tinha a melhor proposta e a intenção de cumprir com as promessas de campanha. Talvez aqueles que tinham condições de assumir o governo preferiram se omitir, a ter que enfrentar as responsabilidades de defender os direitos do povo. Haveriam de pagar um alto preço. Depois do acordo Abimeleque foi e matou todos os irmãos (9:5), só Jotão escapou. Com os recursos da aliança (impostos) Abimeleque contratou homens desocupados, levianos, violentos, na verdade, bandidos (9:4). O projeto político de Abimeleque não contemplava o povo, era um projeto ideológico, individualista, opressor e violento. Alguém precisa reagir pois o povo e os anciãos estão apoiando este projeto.
Jotão, o filho menor de Gideão, recebe informações e reage contando a fábula das árvores. A fábula de Jotão denuncia a atitude do povo e das lideranças tribais: na falta de boas propostas a do espinheiro é a melhor. O espinheiro só produz espinhos, não produz mais nada de bom.
Conclusão: esta história é um convite aos metodistas eleitores de hoje para que analisem as propostas, os candidatos e observem os frutos que produzem. A omissão ou pouco caso sobre as eleições pode promover um espinheiro em vez de oliveira, da figueira ou da videira. Nosso Credo Social ensina o seguinte: "A Igreja Metodista não identifica o cristianismo com nenhum sistema político-social-econômico. Julgamos o conteúdo e os métodos de qualquer sistema, segundo o Evangelho, de acordo com o espírito do ensino de Jesus ". Diante disso fica evidente que a Igreja tem a mais plena liberdade sobre qualquer ordem estabelecida e que sua responsabilidade é o julgamento.
Os Bispos afirmam: " Como cristão metodistas, somos chamados a servir à nação brasileira através de nossa participação ativa na construção de uma sociedade democrática...". Neste sentido, todos devemos participar conscientemente, votando para todos os cargos e não agir como as árvores da fábula de Jotão.
Na Carta Pastoral sobre as Eleições de 1998 encontram-se várias orientações. Recomendamos sua leitura e estudo.
Bispo Josué Adam Lazier

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